A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Catalão investiga um médico ginecologista e obstetra denunciado por “estelionato sexual” comtra pacientes e por violência doméstica, com base na Lei Maria da Penha. O profissional foi preso durante uma audiência nesta terça-feira, 29 de outubro.
Nesta quarta-feira, 30 de outubro, em entrevista ao repórter Roberto Silva, da rádio Nova Liberdade, a Drª Yvve de Melo Rocha, delegada titular da Deam, esclareceu os desdobramentos do caso. A delegada informou que a Deam estava ciente dos procedimentos referentes a crimes sexuais, especificamente em casos de posse sexual mediante fraude. Este crime também é chamado de “estelionato sexual”. Assim, mediante fraude, a vítima tem sua livre manifestação de vontade impedida ou dificultada. Ludibriada.
Pode-se citar como exemplos de violência sexual mediante fraude: o médico que mente para a paciente fazendo-a a acreditar na necessidade de exame ginecológico quando, na realidade, pretende praticar ato libidinoso; ou o gêmeo que se faz passar pelo irmão a fim de praticar atos sexuais com a esposa deste.
Os abusos ocorreram no consultório do médico, que já havia sido desligado da Secretaria Municipal de Saúde e estaria atendendo em um hospital particular da cidade.
“A Polícia Civil, por meio da nossa delegacia especializada, conduziu as investigações e, ao final delas, decidimos pelo indiciamento do médico, que foi remetido ao Poder Judiciário, onde foi expedido o mandado de prisão”, afirmou a delegada.
Drª Yvve destacou que, além das acusações de “estelionato sexual”, o médico também é investigado por violência doméstica. O descumprimento da medida protetiva levou diretamente à sua detenção. A delegada ressaltou que, na Deam, tramitam processos relacionados a crimes de natureza sexual, mas não pode fornecer mais detalhes devido ao sigilo do caso.
Em um dos casos de denúncia, uma das vítimas relatou que decidiu parar de usar anticoncepcional e procurou o médico. Ela afirmou que ele fez perguntas inadequadas sobre sexo anal, introduziu um dedo em sua vagina para demonstrar o ponto “G” e apalpou seus seios repetidamente.
“Ainda assim, é de conhecimento público que na Deam tramitam dois procedimentos em relação a esses crimes”, concluiu a delegada, enfatizando a seriedade das acusações e a atuação da polícia no combate à violência contra a mulher.