A catalana de 19 anos, dada como desaparecida, estava na casa de Tales de Carvalho, que alega viver um romance com a brasileira
Desde o início de março, a Polícia Federal (PF), a Justiça brasileira e autoridades internacionais investigam um suposto caso de aliciamento envolvendo Tales de Carvalho, filho do ideólogo da extrema-direita e astrólogo Olavo de Carvalho.
O caso envolve uma estudante goiana de 19 anos, que fugiu da casa da família para a cidade de Presidente Franco, no Paraguai. Segundo as investigações, ela teria fugido para viver com Tales de Carvalho.
A jovem morava em Catalão (GO), a 261 quilômetros da capital, Goiânia. Depois da fuga, os pais acionaram as autoridades, em busca de informações sobre a filha.
Segundo a mãe da jovem, ela começou a ter interesses por vídeos de Olavo de Carvalho durante as eleições de 2018. Por conta disso, passou a interagir pela internet com o filho dele, Tales.
Olavo de Carvalho, morto em 2022, foi um dos principais entusiastas da candidatura de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência da República. Ele ficou conhecido por promover cursos de filosofia e por difundir as bases do discurso conservador que levou o ex-capitão ao poder.
Segundo informações do jornal O Globo, a família entrou em contato com Tales de Carvalho logo após o sumiço da jovem. Tales, por sua vez, chegou a entrar em contato com a família, dizendo, através de mensagem de áudio, que ela “fugiu para casar”.
“De hoje em diante, ela presta contas para mim sobre onde ela está e o que ela está fazendo, assim como eu presto satisfação para ela de onde eu estou. […] É duro, mas não tem outra opção a não ser aceitar, porque isso não vai mudar”, diz o Tales na mensagem.
A própria jovem entrou em contato com a família, dizendo que tinha se convertido ao islamismo e casado com o rapaz. Segundo a jovem, ela foi ao Paraguai apenas de passeio, mas estaria vivendo em Curitiba (PR).
A família, então, entrou com um pedido de interdição da jovem na Justiça Goiana. Na primeira instância o pedido foi rejeitado. Em seguida, porém, a desembargadora Lília Mônica de Castro Borges Escher, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) reverteu a decisão, determinando que a polícia localizasse a jovem.
A família argumenta que ela sofre “graves problemas psiquiátricos” e que poderia ter sofrido assédio psicológico e sexual de Tales de Carvalho.